quinta-feira, 12 de abril de 2007

O jornalismo me encanta


Após assistir a semifinal da Taça Rio entre Botafogo e Vasco, a que o Romário não conseguiu fazer o milésimo gol, me deparei assistindo um jornal que há muito não via. Aquele lá, apresentado pelo Willian Wack e a Cristiane Pelagio. Para variar, faltou sal à âncora, mas como ando mesmo com problemas de pressão, não mudei de canal.

Enfim, depois de me deliciar com um jogo maravilhoso, cheio de gols e muita emoção, jamais imaginei que fosse me divertir tanto com o noticiário. Entre outras manchetes, gostaria de destacar três que me chamaram muita atenção:

Chapa quente - Uma reportagem sobre “regalias dos presos (ricos) brasileiros”, algo assim, não prestei muita atenção no conteúdo, pois estava escovando os dentes. Mas, o que eu prestei atenção e muita foi na imagem de um preso fazendo churrasco dentro da cela. Não pense que era qualquer churrasco. O elemento usava o mais novo aparelho de última geração do renomeado pugilista peso-pesado e fazedor de churrasco George Foreman.

Os publicitários não perderam tempo. Hoje de manhã já havia no Polishop a mais nova propaganda do Jumbo Grill Família George Foreman. “Agora você pode usar o seu Jumbo Grill Família George Foreman também nas penitenciárias brasileiras. São seis os motivos para você comprá-lo. 1) é prático e rápido na queima de colchões; 2) não precisa limpar e o formato permite que você o passe de cela em cela; 3) você pode usar a fumaça para iniciar um motim; 4) torna o ambiente mais agradável; 5) é uma forma de passar o tempo ou de sumir com alguém que você passou; 6) você pode subornar os policias com bifes macios e sem gordura. E o melhor! Ligue agora e ganhe totalmente grátis um kit com oito facas GUINSU 2000 para facilitar os seus relacionamentos na cadeia.

Quase trote - Tá, vou parar de falar besteira e passar para a notícia séria número dois.
O produtor da Rede Globo, Robinson Cerântula (só o nome dele já acaba com a credibilidade) liga para uma agência bancária em São Paulo e ocorre o seguinte diálogo:
– Alô.
– Alô.
– Quem tá falando?
– Assaltante.
– O quê que tá acontecendo? Que assaltante?
– É o cara que tá roubando o banco aqui.
Tinha cinco caras roubando a agência no momento do telefonema. Eles queriam que o gerente abrisse o cofre. Um dos homens saiu da agência para verificar se a quadrilha tinha sido denunciada, e ficou frente a frente com policiais que passavam pela rua. Só paspalhada! Houve tiroteio, um criminoso foi ferido e todos os reféns estão salvos. Os cinco presos estão na cadeia e serão sacaneados pelo resto da vida nos churrascos de domingão da cadeia.

De tirar o chapéu – Para contar o terceiro fato importante do noticiário nem precisa das minhas palavras. A matéria da Rede Globo fala por si só:

“Na Câmara dos Deputados falta votar várias reformas, várias leis, vários projetos, várias medidas provisórias do governo. Falta até votar aumento salarial para os próprios deputados. Mas uma decisão, finalmente, foi tomada pelos parlamentares.
O estilo é o homem. No caso do deputado Edigar Mão Branca (PV-BA), é o chapéu que faz o homem: chapéu de couro, sertanejo puro, inseparável durante toda campanha política.Infelizmente, para o deputado, o chapéu foi mal visto no plenário: faz parte do que a Mesa Diretora da Câmara definiu como “roupas extravagantes” e, por isso, está agora proibido.“A gente tem mais coisas neste país que precisavam de uma repercussão maior, no entanto, fica embaixo do tapete ou acaba numa deliciosa pizza”, atacou o deputado.

Uma no Norte, outra no Sul: é “extravagante” a indumentária do deputado gaúcho Pompeo de Mattos (PDT-RS). Ele também está proibido de circular de bombachas, lenço e botas. “A bombacha, para mim, é um traje de gala. Vestido deste jeito, eu vou ganhando respeito para dizer o que penso”, defendeu-se Mattos.
Quem viveu até agora de fabricar estilos – o deputado Clodovil Hernandez, que gastou R$ 200 mil em estética de seu gabinete – ficou de fora.
Decoro parlamentar na Câmara é outra coisa.”
(Jornal da Globo – 11/04/2007)

Eu só quero saber onde estava o ilustre deputado Frank Aguiar na hora dessa votação? Gente! O homem sem o chapéu não é ninguém.

7 comentários:

Anônimo disse...

caraca, eu sabia que o jornalismo brasileiro era essa coisa bacana, que promove o bem-estar geral com matérias densas, profundas, que mostram preocupação e tal, mas não tinha me dado conta de quão caprichado era o jornal da globo, com o tio waack e a sem-sal-nem-pelada. tô de cara! obrigado por abrir meus olhos cansados para esse fato.

Lambreta S/A disse...

Ele não viu o blog, mas leu o texto por e-mail e me respondeu. Achei legal colar a resposta dele aqui.

"é por aí: só o humor nos redime. não se perca de mim, tutty"

Anônimo disse...

eu gosto da dança que o george foreman faz na propaganda.
só não sei se ele é lá o modelo ideal para vender grelhas que são projetadas para escorrer a gordura...

ah, eu queria dizer que as ceroulas foram abolidas no tratado internacional para uso de roupas íntimas (parágrafo 4, capítulo 10 - sobre ceroulas e sambas-canção, linha 9). obrigada

beijocas, sil

Lambreta S/A disse...

obrigada pelas manifestações último-dos-inocentes e mulher do Frank Aguiar. A propósito, o que o seu marido achou da proibição dos chapéus?

Ah! Sem comentários para a dancinha do George Foreman. Toda vez que vejo aquilo é risada na certa.

Anônimo disse...

ei, seu jornalista sem vergonha. Escreve alguma coisa nesse negócio aí.

Anônimo disse...

a minha nora eu não sei, mas sei que eu, como mãe, não gostei..sempre criei meu filho para dedicar-se aos chapéus!

Anônimo disse...

Quer dizer que tem blog novo na área e ninguém me avisa??